terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Da História para a História: Uma nova forma de ver, ler e contar os fatos próximos.


As três Histórias da atualidade: História do tempo presente, História Próxima e História Imediata, uma discussão de sua aplicabilidade, alcance e viabilidade.


BADARÓ, Wilson Oliveira e MESQUITA , Hélia Regina de Jesus



                 Os textos referidos aqui tratarão da emergência de cuidar-se da história mais próxima, da história que por vários aspectos distintos tem sido tratada de forma secundária e que por sua vez, revelam-se de difícil acesso aos seus pretensos analistas. O que leva tais autores a tratarem deste assunto é sem dúvida a problemática e também, as amplas possibilidades que ele traz consigo – como fazer, por que fazer, quando fazer, quem pode fazer, onde fazer, para quem fazer etc. Possibilidades estas que estão devidamente ligadas ao campo teórico e metodológico pois, para a história que se fundamenta basicamente em seus presumidos “recortes históricos”, temos uma idéia fixa e quase imutável da necessidade do “recuo”, já na história imediata, do presente e história próxima[1], tal recuo seria impossível, seguindo a mesma lógica do "recorte histórico", constando aqui um empecilho ao historiador a princípio. Uso tal problema – o do recuo – unicamente com o intuito de exemplificar um dos vários problemas tratados nesta obra, e exibir a dimensão do que aqui será tratado. E assim, a posteriori, introduzir as idéias centrais discutidas pelos autores e o que eles pretendem colocar em prática comum em sua consequente praxis que – mais um campo, área, especialidade e/ou abordagem possível dentro do já tão vasto campo historiográfico –  seguramente, constitui também este, um dos elementos motivadores destes autores, nesta empresa de caráter já conhecido, mas inovador.
                Usando uma crítica aberta destes tópicos abordados, farei uma apresentação não temática –  embora seja o texto temático – das idéias expostas e detidas nestas acaloradas discussões destes autores geniais.   

Do ponto de vista científico, os textos revelam uma grande tendência em mesclar uma grande gama de informações que oscilam bem e sem grandes dissonâncias entre o empírico e o teórico, apresentando uma tendência já crescente no campo historiográfico.
Digo empírico no sentido que os autores trabalham – nesta área da história – muito as experiências dadas no tempo e no espaço, pois, filosoficamente falando[2], não haveria outra forma de perceber tais experiências, contudo, é mais significativa esta aproximação com os processos empíricos, quando tratamos da (s) História (s) do presente, imediato e próxima, uma vez que, como bem disse o professor Maurício Brito, aqui “o historiador é também parte viva e atuante neste cenário”, sendo que os fatos estão agora muito mais perto, muito mais tangíveis e palatáveis que, por exemplo, uma batalha da China dinástica ou do Egito faraônico. É obvio que uma coisa não anula a outra, nada impede que se tenha mais fontes históricas disponíveis da China dinástica que do “onze de setembro” ou da “queda do muro de Berlim”, por exemplo, porém, na prática, o que se espera é o contrário. É ainda talvez, um dos principais diferenciais em relação aos outros campos e domínios da História, aqui, o historiador se não atua com as fontes em seu real alcance, – o que é muito mais comum, como as fontes orais, por exemplo – estas tampouco estarão distantes a ponto de tornar a labuta da pesquisa, coleta de dados, recortes e outros procedimentos, algo sofrível, porquanto as Histórias do presente e próxima são frutos das transformações latentes a partir de 1945, enquanto a história imediata é um produto oriundo destas duas primeiras.
Digo teórico porque, para fundamentar seus argumentos, os autores fizeram uso de vários instrumentos teórico-metodológico que caracterizam uma produção realmente voltada para o sentido normativo dos requisitos acadêmicos da construção do conhecimento histórico. Valendo-se da premissa de que a teoria é a linguagem usada para descrever um ou mais processos empíricos, que incluem a visão de mundo, e compreender ativamente como se dão os seus intrínsecos fenômenos de forma a facilitar em definitivo a compreensão da realidade. Assim, fica mais óbvio que a obra é um misto dos dois, portanto, a empiria é perceptível na questão metodológica e teoria visível na forma de argumentação para obter o máximo de sua concretude. Nesta obra em questão, a teoria – muito rica por sinal – reza por provocar na prática profissional do historiador a gana de atuar também neste segmento da história, motivar-lhes a embrenhar-se nesta empreitada que é uma seara frutuosa e promissora, não obstante seja tão traiçoeira como qualquer outra dentro dos domínios da História. E o fazem, através de debates historiográficos sugestivos e instigantes, abrindo a partir destes debates, um leque muito extenso de possibilidades de abordagens de fontes diversas, e até aqui pouco exploradas, e envolvem doravante, quais os conceitos do ponto de vista filológico destas três formas de ver a história mais aproximada com uma cristalina exposição do panorama geral social coetâneo. Chauveau e Tétard recomendam que, “para ser completo, seria, pois necessário determinar um projeto mais vasto que aproximasse e confrontasse testemunhos e análises muito numerosos de historiadores – um corpo temático e arquivístico representativo.”[3]
Ao permear os mais variados assuntos concernentes às dimensões da História, os autores defendem com brilhantismo a viabilidade da inserção da História imediata que está inserida dentro das abordagens relacionadas ao campo de observação e, muito eventualmente, pode dialogar com os outros componentes desta mesma grade como a História local, História regional, Micro-história etc., e enriquecê-las de modo incomparável e daqui, seguir para as corroborações mais ampliadas, tais quais, História política, das mentalidades, demográfica, econômica,  geo-história etc.
Neste ponto da resenha, é muito válido considerar que Tétard e Chauveau estão, em minha forma de perceber, ligados as correntes dos Annales, pois explora bem seus potenciais e suas debilidades, criticando o pouco investimento feito pela então “escola histórica dominante, além de que, durante os anos 70, o domínio da história do presente era, sem dúvida, muito novo, ou muito pouco cristalizado no plano editorial, por exemplo, para ir de contra esse estado de fato”[4], mas, compreendendo também a dificuldade que envolvia tal engajamento mais pormenorizado em prol da instituição de uma História do presente mais ossificada.  Contudo, apóiam também o movimento da escola metódica partindo dos pressupostos de uma História política, da qual a própria escola de Annales é tributária, claro, não a História positivista em si, mas uma história política mais crítica, mais multidisciplinar, e intimamente ligada às iniciativas dos Annales. Esta tendência de harmonização das partes outrora rivais fica evidente quando os autores frisam que “(...) os pais dos Annales tinham dado um lugar particular ao imediato, ao presente e mesmo ao político. Marc Bloch escrevia: ‘A incompreensão do passado nasce afinal da ignorância do presente. ’”[5] Aqui o autor reforça a idéia principal de ambas as partes, usar o acontecimento político tendendo ao imediatismo, e os propósitos inovadores da “História total” da revista de síntese, trazendo nesta fusão – de escolas, metodologias e linhas de pensamento – a essência da História Imediata, Presente e Próxima,  todavia, se estas duas correntes em sua essência não podem ser tomados como possíveis para estes autores, creio então que esta mescla de tendência deva levar-lhes  a outro patamar, devem estes seguir ás tendências chamadas modernistas que visam justamente assim fazê-lo, misturar várias correntes e expor o que há de melhor nestas. Por fim, no que chamo de conjunto de “História das Atualidades”[6], estes autores tendem a pender para o lado das discussões mais politizadas e conectar primordialmente as “Histórias Atuais” com as ideologias políticas por eles focadas, ficando minhas afirmativas supramencionadas notórias em passagens diversas do texto, em vários recortes temporais extraídos da visão de mundo de outros historiadores e de outras correntes historiográficas que sirvam bem a este propósito.
Já no caso do Rioux, ele inicia sua análise com a proposta do Instituto de História do Tempo Presente (Istitut d'Histoire du Temps Présent) e as típicas indagações do ponto de vista epistemológico em busca de responder se o presente pode ser objeto de estudo da ciência histórica. A partir desta problemática, ele elucubra diálogos acerca dos vaivens característicos da teoria histórica em busca de uma reafirmação do que fora inicialmente defendido. Segue Rioux uma linha mais teórica que empírica, com poucos recortes e citações historiográficos de outrem, contudo, se utiliza de uma poderosa retórica quase que sofística para realçar suas afirmações. Dentro de meus parcos conhecimentos, posso dizer que seu método beira o da linha da História feita para servir de exemplo para linha discursiva e da filosofia da História, se me atento aos seus recursos lingüísticos. Como os autores organizadores desta obra, a sua forma de apresentação temática é muito sugestiva também e facilita a leitura, dando boas pistas de como proceder para se obter um melhor rendimento do tema tratado e ainda indicando como se propõe ainda a fazer indicações de como fugir dos famosos “recuos” ou resolver o problema da “proximidade”, as criptonitas dos historiadores para trabalharem a “História das atualidades”.  Rioux, assim como Tétard e Chauveau fazem em partes, segue por este viés realçando ainda a necessidade da formação da identidade dos historiadores que lidarão com esta linha de pesquisa, onde buscar as motivações e fazer deste segmento da História uma linha independente, sólida e original, opondo-se e quase que ao mesmo tempo concorrendo com a mídia que de forma sempre generalizante explora e esgota a história imediata, mas sem a preciosidade do recurso histórico.
Quando disse que seus recursos eram filosóficos e literários, me referia a algumas raras, mas existentes passagens de parafraseados explícitos, raras são as citações, pois os recursos literários e filosóficos abundam, como quando ele usa Michelet:

Eles precisam de um Édipo que lhes explique seu próprio enigma, cujo sentido não perceberam que lhes ensine o que queiram dizer suas palavras, seus atos, que não compreenderam. Eles precisam de um prometeu, e que no fogo que ele roubou, as vozes que flutuavam geladas no ar se revoltem, transformem-se num som, ponham-se a falar. (...) Só então os mortos se resignarão à sepultura.[7]

Assim, seguindo esta exposição enigmática, ele recomenda um decifrador de charadas – no caso Édipo[8] – para dar norte aos capitalistas que transformaram tudo em mercadoria, inclusive a informação, os meios de comunicação em massa e de certa forma, parte da história, para o nosso interesse aqui, a “História das Atualidades” que é tratado indiscriminadamente por jornalistas e curiosos de plantão. Para Rioux, esta banalização da “História das Atualidades” conduz os profissionais preparados cientificamente para tratarem deste assunto, neste caso os historiadores, a uma certa recusa dos fatos de curtíssima duração ou seja, do efêmero, não que os outros profissionais não estejam também habilitados a fazerem tal empresa, no entanto, a crítica vai para o quesito metodológico do tratar das fontes e de como a apresentação destes fatos, tratados por outros profissionais,  influenciará a posteriori a aceitação da opinião pública em relação às possíveis novas possibilidades estabelecidas pelos historiadores, pois, como se é sabido, os historiadores, assim bem como a ciência em si, trabalham com um acúmulo de verdades possíveis e nunca temos de fato uma versão axiomática de fato algum, uma vez que fazê-lo, seria tido como condenar a história ao campo minado das generalizações que é mais convencionalmente encontrado na Sociologia e nas informações de cunho midiático imediatista[9]. No mais, os autores de ambos os capítulos aqui apresentados, tratam de lidar com fontes secundárias. Eles basicamente trabalham com o que já foi trabalhado antes e não com fontes primárias direto dos arquivos, ou seja, mais fazem uma revisão bibliográfica que uma inovação neste campo, a inovação fica por conta da abordagem do tema, das proposições teórico-metodológicas e das provocações aqui propostas, os desafios e as garantidas recompensas nesta semeadura produtiva que é a “História das Atualidades”.
Traz ainda consigo esta História, a visualização expositiva para outros historiadores, os não familiarizados, do quão importante é a funcionalidade desta “História das Atualidades”, tão relevante quanto qualquer outro segmento da macroárea da História per se. Diríamos que, como sugerido pelos autores franceses, e como sua utilização evidente no âmbito da política e esta intimamente, conectada aos diversos tipos de relações humanas e científicas, devem ser modelo não apenas causal, mas sim, uma referência constante para historiadores de todas as vertentes, pois, sua aplicabilidade é garantidamente real no campo historiográfico, que o digam as fontes orais! Parafraseando Bloch, é verdade que "toda História é filha de seu tempo" e podemos naturalmente prever que a visão do presente inevitavelmente é inferida sobre o passado, então eis que hes exponho a "Eureca da História das Atualidades!" Quão mais simples seria para os historiadores da atualidade conter suas prenoções, uma vez que seu presente lhe é devidamente apresentado não é verdade?! Quantos historiadores se formam pensando em estudar o presente ou a história recente?! Quantos historiadores estariam dispostos a disputarem espaço laboral e campal de seus objetos de estudo e pesquisa com profissionais que se utilizam de métodos pouco legíveis ao seus costumeiros procedimentos?! Enfim, aqui, a provocação destes autores, defendem exatamente isto a meu ver. Dão todas as pistas das probabilidades destes estudos serem sim ossificados, porque a colheita é grande, e naturalmente, a jornada aqui é longa e as vias ainda muito agrestes, virginais, no entanto, o pontapé de partida precisa ser dado.
Finalmente, pode-se dizer que a investida do Rioux, Chauveau e Tétard são deveras frutíferas. Da forma que colocam e como orientam as idéias, conduzem o leitor a ter uma perspectiva histórica da "História das Atualidades" não apenas por fazerem uma abordagem temática que desde o título propõem uma reflexão mais crítica, não apenas por serem incisivos em seus argumentos referendados em uma revisão bibliográfica de peso, não apenas por isto e por todo o resto que já fora mencionado, mas, por terem eles atingido o âmago da questão de todos os escritores. Sensibilizar, prender e cativar o seu leitor, pelo simples fato da clareza das idéias e de sua fluência verbal, pela pertinência de suas colocações. O valor de sua tese central vai desde o poder de destruição da perspectiva niilista do historiador das "atualidades" que fora de alguma forma afetado pela influência coercitiva do tradicionalismo, ao reforço de toda a importância dos fatos recentes como uma cadeia indissolúvel para a análise do próprio passado, não do ponto de vista cíclico do assunto por eles tratados, porém, para outro parâmetro; o da não sujeição do trabalho realmente compromissado com a ciência, com a verdade, aos caprichos da mercantilização da informação, e de também saber dizer não aos quantitativismos e particularismos coroados nesta atualidade mercantilizada. Rioux, tratando da correntes de Annales Braudelianas, que estavam neste ponto focada nas generalizações econômicas e suas implicações de seu contexto histórico, no entanto, deixa perceber o quanto hoje sabemos das limitações desta afirmativa pouco provável e talvez determinista para nossa realidade histórica, e é justamente aqui que eu gostaria de invocar as deixas de Tetard e Chauveau no tocante a prestar-se às novas tendências: "Se nos ativermos à ordem que adotamos nesta apresentação, o historiador e sua disciplina constituem um primeiro eixo de pesquisa, e a história do presente deve ser estudada por meio de três temas: os novos problemas, os novos campos e as novas apresentações."[10] Aqui a proposta é a seguinte: hoje, como sempre, temos mais um caminho a seguir, além de um caminho a manter, ou um inovação a fazer, obviamente podemos fazer ambos, nada nos impede disto, mas, é importante frisar: primeiro podemos manter o idolatrado "recuo" e sermos o que sempre fomos, ou, fazer a"História das Atualidades" e abdicarmos do recuo, dedicando-nos à história de nosso tempo, ou, simplesmente inovar em todos os sentidos e aspectos. Podemos juntar ambas as partes e fazer disto um processo dicotômico que por fim findará em um processo dialético "ad infinitum" em busca de uma enriquecedora "história do presente visando/explicando/pensando/refletindo o passado" ou quiçá possamos seguir a "história do passado para entender/atuar/gerir/explicar/relativizar o presente, é evidente que estes itens constitutivos são apenas ilustrações e podem ser exatamente o que se quer para o determinado fim. Claro que nossas visões de mundo estarão presentes em nossas produções do presente como as famosas ideologias estiveram e estão presentes na construção da história desde o princípio, contudo, é aqui que está a mais faustosa e tenaz significação para prosseguir, e mais um motivo para fazê-lo! Por que fazer nossos futuros colegas penarem com dificuldades de entender nosso contexto histórico se podemos tecê-lo aqui e agora! Esta é mais uma das brilhantes mensagens deste formidável texto que abre os horizontes dos novos marinheiros desbravadores do oceano que é a história. Surge aqui não apenas um farol, mas, um GPS já que as tendências são novas, já que o ambiente é de inovação, "que venha a modernização para a história!" seria assim que diriam os autores livremente se o pudessem, creio eu.
Para mim, em definitivo, esta obra me faz perceber que o caminho da história e dos seus adeptos – que deveriam ser todos os historiadores – é mais promissor do que a princípio esperava. Deveríamos todos nós, historiadores, nos indagar porque não? Posso ser um Historiador-jornalista, por que não? Posso ser um comentarista, um historiador ator de meu próprio relato histórico! e por que não? O que de fato fazemos por toda nossa vida em arquivos públicos como os famigerados "ratos de arquivo" também podemos fazer com a história imediata, do presente ou próxima. Se não uso os arquivos como meu laboratório particular para criar um vínculo controlado de intimidade com o meu objeto de pesquisa por não ter o recuo suficiente requerido para tanto, melhor ainda! Tenho a oralidade ao meu favor! Tenho as ruas e os fatos cotidianos a minha espera, os fenômenos políticos e suas implicações para me servirem um banquete factual aqui, bem em cima de Gaia sem necessidade de preocupar-me com luvas, máscaras ou aventais. O que de fato aqui, com estes autores aprendi é que, não posso me limitar às regras que foram ditadas e estabelecidas num processo de exclusão e repulsa oriunda de uma ideologia tradicionalista que nos quer escravizar à média e a longa e curta duração, abrindo mão da "curtíssima" duração dos fatos mais recentes. Por mim não, não é esta visão da História enquanto ciência que eu desejo seguir. Tenho outros planos para a história que irei fazer e segundo Chauveau e Tetard, Ciência, somada à História, somada a uma crítica salutar, somada à sociedade é igual à atualidade[11]. É esta a equação que nos deixa a par das necessárias inovações a serem de fato feitas no interior da estrutura histórica. É o ato científico mais central da crítica histórica enquanto um instrumento para a investigação da realidade temporal. Esta atitude de manter sempre a dúvida à cartesiana para que se possa enfim "propor novos dados que aumentarão sua capacidade de explicitação e de sugestão"[12]. Por isto considerarei os fatos políticos que são uma constante no acontecimento diário. É fato que não vou tampouco deixar de lado ou menosprezar a importância do legado metodológico e teórico passados para a posteridade por estes tradicionalistas outrora hegemônicos, contudo, ao lançar mão destes instrumentos tradicionalistas, deve-se antes saber que o filtro para sublimação das tendências falaciosas devem ser imediatamente ligados, bem como quando tratamos de lidar com teorias positivistas, pois, seus argumentos muito retóricos muito das vezes se fazem sedutores, e podem influir numa pesquisa digamos, menos parcial. Hoje sei que além de toda a história que já dispomos desde Heródoto, também estas menos antigas mas tão ricas e desejáveis quanto às primeiras me aguardam. Serei mais livre se não olhar para estas sanções do tradicional. Junto a estes autores – Rioux, Tétard, Chauveau – adicionarei Foucault e não deixarei que a vigília e a punição da mesmice acadêmica me alcancem. É isto, é assim que sinto agora. A "História das Atualidades" é uma válvula de escape, mas não deve ser vista como a salvadora da lavoura, há muito que ser feito, e muito a se cuidar em qualquer segmento que se tome ou qualquer lugar aonde se vá.



Referência Bibliográfica:
CHAUVEAU, Agnès e TÉTARD, Philippe (org.). Questões para a história do presente. Bauru, SP: EDUSC, 1999.
RIOUX, Jean-Pierre.  Pode-se fazer uma história do presente? In: Questões para a história do presente. CHAUVEAU, Agnès e TÉTARD, Philippe (org.). Bauru, SP: EDUSC, 1999.




[1] Com o intuito de sintetizar a referência a este conjunto de três seguimentos da história, em determinado momento estarei aplicando uma nova categoria pessoal para designar-lhes.
[2] Aproximação aos conceitos kantianos de percepção dos fenômenos, que só podem ser percebidos nas condições humanas, de forma aparente, pois tudo o que de fato vemos, são representações destes fenômenos dados no tempo e no espaço e com o uso da razão. O conhecimento definitivo destes fenômenos, em sua essência, tem suas causas a priori alijadas da compreensão humana.
[3] CHAUVEAU, Agnès e TÉTARD, Philippe (org.). Questões para a história do presente. pp. 8.
[4] Id. Ibidem. pp. 10.
[5] Id. Ibidem.
[6] Conceito “Badaroniano” de história que engloba os três segmentos de Historia mais próxima temporalmente do historiador: História do Presente, Próxima e Imediata. Evitando a repetição cansativa e poluente, Badaró compila esta composição tripartite com esta designação.
[7] CHAUVEAU, Agnès e TÉTARD, Philippe (org.). Questões para a história do presente. pp. 45.
[8] Édipo foi o desafiante da Esfinge que conseguiu decifrar o enigma do monstro e livrar Tebas deste monstro que devorava todos os que pelo deserto passavam e não decifravam seu enigma. Fato passado no limiar da mitologia egípcia antiga.  
[9] Para além destes textos do Rioux, Tétard e Chauveau, recomendo para maior esmiuçar deste assunto, ver Boaventura de Souza Santos em seu ensaio, Para uma Sociologia das ausências e uma Sociologia da emergências. Onde fica nítido o valor da História como a base da análise social.
[10] CHAUVEAU, Agnès e TÉTARD, Philippe (org.). Questões para a história do presente. pp. 34.
[11] CHAUVEAU, Agnès e TÉTARD, Philippe (org.). Questões para a história do presente. pp. 35-36.
[12] CHAUVEAU, Agnès e TÉTARD, Philippe (org.). Questões para a história do presente. pp. 36.

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