quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Modelo de Fichamento de História da África

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA - UFRB

CENTRO DE ARTES, HUMANIDADES E LETRAS – CAHL


Discente:Wilson Oliveira Badaró.

Fichamento (Modelo proposto pelo professor e, a posteriori, hibridizado)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

SILVA, Alberto da Costa. A enxada e a lança. A África antes dos portugueses. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2006, pp. 57-96
FICHA – Texto 5; Nok.
Data: 02/11/2010


CONTEXTUALIZAÇÃO: Sobre o autor, um pequeno resumo.

 

            Formado pelo Instituto Rio Branco em 1957, Alberto da Costa e Silva serviu como diplomata em Lisboa, Caracas, Washington, Madrid e Roma, antes de ser embaixador na Nigéria e no Benim, em Portugal, na Colômbia e no Paraguai.

 

            Foi eleito para a cadeira 9 da Academia Brasileira de Letras, em 27 de julho de 2000. Foi presidente de entidade nos anos de 2002 e 2003.

 

            Em 2004 foi escolhido pela União Brasileira de Escritores (UBE) como o "Intelectual do Ano".

 

            Alberto da Costa e Silva é, também, acadêmico correspondente da Academia das Ciências de Lisboa.

Como historiador especialista em África.

 

            A enxada e a lança: a África antes dos Portugueses, 1992-1996

            As relações entre o Brasil e a África Negra, de 1822 a 1° Guerra Mundial, 1996

            A manilha e o Libambo: A África e a Escravidao, de 1500 a 1700, 2002.

            Um Rio Chamado Atlântico, 2003

            Francisco Félix de Souza, Mercador de Escravos, 2004


CONTEXTUALIZAÇÃO: B) O Momento no qual o livro foi concebido.

           

            O livro foi de fato concebido durante o período de guerra civil em angola – “Discutíamos a guerra civil em Angola” (SILVA, 1996, pp. 6) – Silva se refere ao memorável encontro com Carlos Lacerda que lhe motiva a socialização de seu saber, que para nossa sorte, que por fim, se traduziu em livro: “(...) que eu escondia saber aquelas coisas; que tinha a obrigação de não guardá-las para mim, de pô-las no papel, de contribuir para dissolver a ignorância que no Brasil se tinha da África (...)” (SILVA, 1996, pp. 6)


TEMA (GERAL): A evolução socioeconômica, política, científica e cultural de Nok e suas implicações para os estudos do presente, e ênfase histórica no conjunto de “Áfricas”.


ASSUNTO (ESPECÍFICO): Nok como uma próspera sociedade e berço de desenvolvimento político-cultural para a “Antiga África”.


OBJETIVOS DO AUTOR: Apresentar como, quando e por que Nok surge como uma sociedade tão rica em vários aspectos deixando, por conseqüência, um legado tão instigante e interessante que merece destaque e uma investigação mais pormenorizada. Como o exemplo: Em que o autor propõe o modo hierarquizado – politicamente falando – que Nok pôde haver alcançado em seu tempo (terracotas), e sua habilidade com ferro que causa um real impacto em sua cultura e das sociedades circunvizinhas e com isto abrir o campo para pesquisa.  


CONCLUSÃO DO AUTOR: O autor conclui que são muitos séculos do fim de Nok para o início de Ifé, e que durante este período, Nok influi drasticamente na arte para maior parte dos povos mais próximos (hipoteticamente), sobretudo, os de Ifé, considerando que não existiu um real repasse cultural, mas, se este aconteceu, ocorreu com uma indiscutível e real desfragmentação do nexo de Ifé com a herança Nok. No entanto, o autor percebe que o espraiar da cultura Nok no decorrer de dez séculos se fez perceber na África ocidental e adjacências, pois, as similitudes das terracotas, artesanatos em geral, servem de descobertas inegáveis e motivadoras para amplos sentidos de pesquisa “histórico-genealógica”, como as portuguesas e iorubanas (Lato senso comparativo). Menciona ainda, os Gueledê como analogia nítida à Nok, mesmo que tal simbologia folclórica não seja necessariamente ativa, contudo, meramente tradicionalista e comemorativa.   




Fichamento do texto.



Pagina
Fichamento
167
ü  Comentários explanativos acerca da do surgimento do Sael e as razões que o levaram ao ressecamento e consequentemente à evasão populacional.
168
ü  Quais as conseqüências alimentícias geradas pela evasão? Receptividade tecnológica e miscigenação.
ü  Fixação territorial propiciada pela organização política e divisão do trabalho.
ü  Expansão demográfica e comunal propiciada pelos excedentes. “(...) campos arborizados, que não opunham obstáculos à ocupação humana e favoreciam a fragmentação das comunidades (...)”
ü  Disputas rivalizadas auxiliavam tal processo fragmentador.
ü  Evolução cultural e científica. (...) os homens que viviam nas savanas ao sul do Saara foram acrescentando a bagagem trazida das culturas aquática e pastoril. Aperfeiçoaram o cultivo da terra e  domesticaram novos vegetais.”
ü  Melhoria nos instrumentos laborais, construções residenciais, evolução da cerâmica ao barro cozido e inserção do ferro como matéria utilizada.

169
ü  Utilização ampla de vestígios arqueológicos.
ü  Detalhes intrínsecos da configuração das estátuas de cerâmica.
ü  Características anatômicas destas estátuas.
ü  Revelação ampla do domínio de uma técnica “terracotista” de difícil descrição, porém, de impressionante presença ( tamanho dureza etc.)
170
ü  39 mil anos antes de cristo?
ü  Possibilidade da escultura em a serem o auge de uma tradição de esculturas em madeira.
ü  Domínio dos Nok sobre o barro.
ü  Corpos esporadicamente grosseiros. Dedicação à cabeça, que por sua vez, expressava com nitidez “naturalismo e abstração|” buscando ao máximo a pormenorização que leva á individualização..
171
ü  O realismo da arte ceramista Nok.
ü  Conservação das matrizes primordiais, contrapondo o avanço notório da técnica ceramista.
ü  As perceptíveis variações regionais casuais.
172
ü  Focalização da arte convencional de Nok em Kain Kura.
ü  O penteado. Detalhe estético aos olhos – eurocêntricos – da evolução.
ü  Distinção da evolução de Nok em relação à várias outras regiões coetânias em relação à arte.
ü  O conhecimento da metalurgia (o ferro) com antecipação, e comprovado pelo radiocarbono (séc. VII ou VIII a.C.)
173-174
ü  Produção de flechas, armas e todo tipo de utensílio partindo do ferro para maior longevidade das atividades em geral e da própria vida dos Nok.
ü  Coexiste também objetos em pedra. Possível transição, “como arcaísmos”.
ü  Incógnita sobre as técnicas da fundição do ferro.
ü  Três possíveis fontes da técnica de fundição do ferro em Nok.
ü  Rotas dos desenhos rupestres relevantes.
ü  Relatar da probabilidade das retratações meramente ideológicas na arte rupestre, uma vês que, nem sempre as pinturas retratam a realidade latente.
175
ü  Confirmação de Heródoto: “gente daquela região ensinou aos gregos como atrelar quatro animais numa carroça de quatro rodas.”
ü  A questão do abastecimento aurífero e suas três teses. (Fernão Lopes) Cartago, África Ocidental, Saara Ocidental.
ü  Carroças e suas curtas viagens.
176-177
ü  Introdução do camelo e a freqüência da travessia do Saara (Nômades).
ü  Com o dromedário se completa o ciclo de controle dos Oásis, poços etc.
ü  Os Garamantes e seu domínio metódico sobre seus “vizinhos” através da facilitação dos oásis seqüenciais que os leva à tributação de seus “próximos”.
ü  Berberes dominam os Garamantes.
ü  “Berberes ou mestiçados dominam os Garamantes.” (tido por imbatíveis por Tácito)
ü  Eram bons comerciantes que recebiam muito provavelmente sua mercadoria através do repassar de “mão em mão, de grupo em grupo, pelas populações do oásis e pelas “tribos” nômades que percorriam as áreas menos ressequidas do Saara.”
177
ü  A arqueologia de Crova e Lambert no século XX evidenciam o uso do cobre, datados do século V a.C.
ü  Discussão acerca do quão antigo é o uso do cobre, sua fundição e emprego cotidiano entre os povos de Nok.
ü  Conclui-se que apenas “por volta do século IX a.C, são mais claras as evidências do trabalho do cobre na região de Azelik (...)”
ü  Na Mauritânia não apenas o cobre, mas, também o ferro era minerado.
ü  Em Assabat el Maddahia e no Air o ferro era possivelmente trabalhado em 500 a.C; No Do Dimmi essa data aumenta para o século VII a.C.    
178
ü  Expõe o quão vaga é a pesquisa histórica acerca do uso do ferro em área subsaariana, propiciando aí um campo vasto para pesquisa.
ü  A validade e valoração das poucas hipóteses levantadas acerca do ferro e suas implicações para a história.
ü  A Autonomia tecnológica da África – “(...) muito embora tenha recebido do mediterrâneo ou da Ásia o conhecimento do ferro, a África subsaariana tenha criado e desenvolvido uma tecnologia autônoma, distinta da eurasiana”.
ü  A influência do ferro e sua aplicações práticas na vida ativa dos africanos geram uma facilitação no cumprimento das tarefas gerais.
ü  A proposição de Ekpo Eyo traz uma visão do ferro como elemento unificador – política, religiosa e quiçá culturalmente falando – e também “hierarquizador” de uma sociedade que enaltecia suas imagens em terracota induzindo assim à reflexão de sua organização política.
ü  Apesar da distância dos vilarejos de Nok o autor não descarta a idéia da habilidade deste povo em gerir o comércio entre a floresta e a savana.   
179
ü  Retratação de como a cultura Nok se espalha e influencia toda a circunvizinhança e a provável hipótese da expansão do uso do ferro partindo de Nok para uma grande parte da África.
ü  Exposição de hipóteses contrárias.
ü  Exposição das similitudes entre Nok e Ifé.













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