quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Modelo de Preenchimento de Plano de Trabalho para PIBIC

Plano Proposto e Submetido em 2012 (Aprovado)

Plano de Trabalho - Discente 01
Título do Plano de Trabalho
A educação sofística como precursora de uma orientação filosófica histórico-social na Grécia antiga dos séculos V e IV: a transformação filosófica da história da educação.
Nome do Discente
Wilson Oliveira Badaró
Processo de Ingresso na UFRB
(   ) Cotista                           ( x ) Não cotista
Orientador
Nome do Orientador
Centro de Lotação do Orientador na UFRB
Centro de Artes Humanidades e Letras
Edital
EDITAL PIBIC/PIBIC AF/UFRB/CNPq/FAPESB 2012/2013 (Geralmente já vem preenchido)


1. Objetivos específicos do Plano do discente (máximo de meia página)

            O projeto de pesquisa tem como objetivo perceber as analogias das abordagens históricas, pedagógicas e filosóficas da história da educação e seu surgimento na Grécia antiga a partir das contribuições dos sofistas e seu movimento - fundadores da ciência pedagógica (paidéia) - combinando os elementos de verificação das ciências aqui colocadas - Pedagogia, História e Filosofia - e suas perspectivas acerca da primazia histórica dos sofistas no ato do ensino. Nesta pesquisa temos por principal concentração objetiva 1) expor a validade e relevância da ciência pedagógica fundada pelos sofistas seguindo os indícios históricos de sua fundação com base na própria pedagogia enquanto área do conhecimento e a importância de sua prática para a sociedade grega através dos tempos do recorte temporal proposto; 2) apresentar as transformações percebidas nas práticas, concepções e leituras dos sofistas acerca do fenômeno da ilustração Grega perpetrada pelos vários educadores sofistas que surgem ao longo do movimento entre os séculos V e IV dentro de uma perspectiva histórica e 3) empreender um estudo voltado para a apresentação das impressões filosóficas deste contexto histórico acerca do que foi a paidéia e sua relevância para o desenvolvimento político-social do mesmo gerado a partir desta nova proposta educacional.
            Com estes três pontos, visamos alcançar o objetivo de esboçar um quadro de reflexão acerca da educação historicamente construída, filosoficamente consolidada e posta em prática em definitivo pela pedagogia que propõe a educação como uma preocupação humana antiga e transformadora da realidade material das sociedades.

2. Resultados específicos do Plano e Orientação do discente (Máximo de meia página)

            A pesquisa que deverá ser desenvolvida por mim, Wilson Oliveira Badaró, aluno do 5º semestre do curso de História (CAHL/UFRB, está vinculada ao projeto "A sofística e suas relações com o chiste" de autoria do professor Dr. Sergio Augusto Franco Fernandes (CAHL/UFRB). A partir do meu plano de trabalho intitulado "A educação sofística como precursora de uma filosofia histórico-social na Grécia antiga dos séculos V e IV: a transformação filosófica da história da educação" terei a oportunidade de estimular minha compreensão da finalidade cabal da prática docente através do contato com as discussões da paidéia e suas práticas, já que o meu curso está voltado para a licenciatura, aprimorando assim, como por consequência. a leitura, produção e compreensão de textos interdisciplinares. Pretendo por fim alcançar os seguintes resultados:

Ø  Apresentação de um quadro elucidativo inicial a cerca da relevância da educação desde os tempos mais primórdios do ponto de vista histórico-filosófico e sobretudo, social.
Ø  Subsidiar e auxiliar a formação do discente na prática da pesquisa científica de forma que este possa fundamentar e utilizar-se da experiência adquirida no programa para futura elaboração de trabalho de conclusão de curso e dar prosseguimento a carreira acadêmica com projeto de mestrado.
Ø  Elaboração de relatórios e de um artigo ao final da bolsa que contenha os avanços atingidos pela pesquisa visando sua publicação e apresentação em eventos de natureza acadêmica.
Ø  Contribuição incisiva à construção do conhecimento acerca da história da educação e suas interpretações filosóficas gerando um texto atual e reflexivo.


3. Metodologia para o desenvolvimento do Plano do discente (máximo de 5000 caracteres)
           
            Em relação ao procedimento metodológico a ser adotado neste projeto, lançaremos mão de métodos múltiplos em virtude da própria exigência intrínseca desta pesquisa. Da história traremos o materialismo histórico e dialético marxista e a transformação material empregada pelos homens através dos tempos para a transformação de sua realidade, em nosso caso a educação e seu novo formato com os sofistas dados as necessidades históricas apresentadas. Da pedagogia traremos o método comparativo das reflexões pedagógicas e didáticas que tratarão de verificar a grande gama de práticas educacionais existentes na Grécia para a realização da paidéia por parte dos sofistas, e seus pressupostos acerca deste seu período seminal e profícuo no tangente à educação. E por fim, da filosofia utilizaremos o método hermenêutico de leitura, interpretação e análise profunda dos textos filosóficos envolvidos para compreensão da realidade do contexto histórico em questão.  Como a pesquisa trata de verificação da educação e suas interpretações dentro das três diferentes disciplinas a metodologia também contará com os seguintes processos como fases constitutivas da pesquisa:

1.     Levantamento da bibliografia referente ao tema;
2.     Leitura e familiarização com bibliografia relacionada as discussões.
3.     Em seguida daremos ênfase à transcrição das leituras em forma de fichamentos para melhor compreensão das discussões interdisciplinares.
4.     Também se faz necessário o cruzamento dos resultados obtidos em todas as leituras relacionadas ao tema nas diferentes áreas do saber, que é um mecanismo que pretendemos empregar para levantarmos concordâncias e especificidades entre as diversas bibliografias (método comparativo).

 5.    Cronograma de Atividade de execução do discente [Metas e suas atividades, indicando mês inicial e mês final de cada atividade (máximo 5000 caracteres).


Atividades
Agosto-setembro de 2012
Outubro-novembro de 2012
Dezembro de 2012-janeiro de 2013
Fevereiro-março de 2013
Abril-maio de 2013
Junho-julho de 2013

1) Seleção  da bibliografia primária e secundária interdisciplinar.
             

          X                         






2) Levantamento e fichamento da bibliografia.

          X

          X

          X

          X

      


3) Redação do relatório para avaliação parcial



          X



4) Leitura de textos complementares.





          X


          X


          X

5) Início da escrita do artigo para publicação e apresentação.




          X


           X


          X


6) Revisão para finalizar o texto.






     
          X


Modelo de Fichamento de História Medieval

UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
CAHL – Centro de Artes, Humanidades e Letras
Disciplina: Laboratório de História Antiga e Medieval
Discentes: Wilson Oliveira Badaró

DUBY, Georges. As três ordens ou o imaginário do feudalismo. 1ª ed. Editorial Estampa, Lisboa, 1982.

Fichamento: texto Ordem(ns)


Pagina
Fichamento textual por páginas e tópicos.
305
  • Ordens – conceito inicialmente atribuído à organização galática e sua harmonia intrínseca e a posteriori, “à congregação dos homens”. (Século XII, Escola de Abelardo, ordo rerum.)
  • Fundamentação da máxima supramencionada esta intercalada aos ensinamentos estóicos e platônicos da “voz passiva”, em plano metafísico, sugerindo a aceitação desta ordem a priori sugerida pelo divino.
  • A contribuição dos escritos de São Paulo descentraliza a forma organicista do cristianismo, trazendo um objeto que por mais que seja tido como simples é enaltecido e valorizado.
  • Diferenças amenizadas pela visão escatológica e reforçadas pela equidade de todos em um só deus.
  • Pregação da imobilidade social e contentamento de todos pela certeza escatológica da futura mudança em um outro plano – a vida após a morte.

306
  • Diante da idéia de incerteza do “fim dos tempos” inicia-se um processo de fraternidade orientada, gerando a separação entre clero (Administradores da herança do senhor) e plebe.
  • O monasticismo, maquia a divisão entre clérigos e leigos com o esquema tripartite dos “graus de perfeição” formado por: Clérigos, castos e leigos.
  • A ordem eclesiástica é provida de privilégios como a isenção militar, isenção de taxas públicas.
  • Gelásio I inicia uma nova hierarquia que rende a uma nova estrutura; uterque potestas à Soberanos e uterque ordo à Clérigos; “Os padres de Cristo devem ser considerados como pais e mestres dos reis, dos príncipes e de todos os fiéis. (Gregório VII)  
307
  • A união de clérigos e soberanos trata de agregar os fiéis no interior da superestrutura chamada de a casa de deus – o império – com o restabelecimento da máxima do corpo de cristo que defende a “harmonia na diferença”.
  • Melhoramentos da estrutura orgânica da igreja no século IX com a contribuições neoplatônicas fundadas na análise do universo e sua ordem celestial envolvendo os seres celestiais e concluindo com os humanos. Tal análise implica num processo de busca incessante pela perfeição que segue o fator criação – de cima para baixo –  a partir dos seres celeste aos homens e o fator ascensão – de baixo para cima - dos homens aos seres celestes, tudo envolve o retorno ao Um. (movimento de procissão)
308-309
  • Como funcionou a tripartição funcional (função mágico-religiosa, guerreira e fecundidade e produção ) de Dumézil? Partindo do princípio da elaboração política carolíngia mesclada e inspirado no império romano, em processo de franca cristianização, ele inverte sapientemente os valores semânticos das três partes da sociedade romana, dando o “tributo” – que deveria ser pago pelos tribunos – aos tribunos e inclui a igreja com a ordem a seguir: Sacerdotes, homens armados, e os produtores, todos em busca da redenção.
  • Em 860 as três ordens já estavam internalizadas na política religiosa, contudo, só veio a ser de fato amplamente conhecida no século XII.
  • Existiram ainda muitas variações da versão inicial como as quatro versões das três ordens, sendo elas: Monástica, episcopal, monárquica e gregoriana.
  • Em ordem funciona assim: Monástica: põe os bispos em terceiro lugar, e os monges assumem a função da oração em lugar dos clérigos. Episcopal: resposta a primeira mantém os bispos regidos pelos clérigos e os prelados inflem mais sobre os soberanos. Monárquico: o rei acumula as três funções. Gregoriano: O soberano abdica de seu poder laico ao passo que as ordens clericais se reduzissem a apenas uma regida pelo papa e o rei representaria apenas o poder laico.
  • Guilherme de Ockham – nega o realismo e adota o nominalismo que questiona a construção das “substâncias primeiras” e “substâncias segundas” como conceitos de oficialização da ordem afirmando que o ser era tudo de mais real.
  • Percebe-se aqui (Séculos XI ao XII) que as alterações se reduziram às meras inversões das posições dos principais protagonistas da sociedade enquanto a plebe se mantinha inerte.
  • Uma outra definição de ordem é proposta por Lombardo como “um sinal, quer dizer, algo de sagrado [sacrum quiddam], através do qual a função e o poder espiritual são transmitidos aquele que é ordenado. (...) chama-se ordem ou grau a característica espiritual na qual se realiza a promoção do poder.” Por assim apresentar, conclui-se que há apenas uma ordem – a dos clérigos que detém todo o poder.        
310-311
  • Introduz-se na problemática a relatividade da termo ordo com a intenção de “ato litúrgico” que embora tardio gera a difusão das “ordens romanas” onde os postos da Eclésia se destacam de acordo com o purismo monástico e celibato para os graus mais elevados como o dos bispo, padres e diáconos.
  • No século X acresce-se e se fundem textos religiosos acerca da ordem que levam a um único livro denominado “o pontifical” que se encarrega de relatar os atos litúrgicos dos bispos, regular as funções presbiteriais e controlar o clero.
  • Criação da moral estatutária que prima a santificação através da realização dos deveres sociais e divisão do trabalho comuns e necessários ao equilíbrio da sociedade vigente.
  • Gregório VII sugere por meio de uma missiva, uma outra brilhante definição de ordem que realça o respeito mútuo entre inferiores e superiores e que na diversidade e união seja encontrada a harmonia necessária para o estabelecimento da ordem.
  • Uma ótima observação do comportamento das milícias celestes aplicadas a sociedade dos homens que seguindo sua hierarquização expõe a impossibilidade da vida e governo em igualdade pois a hierarquia dos próprios seres celestiais não o são. Tal afirmativa é usada como ardil cabal para a subordinação e estratificação social justificável. Cada um ocupa o lugar que merece e deve dentro da ordem.
  • Simonia e nicolaísmo: visam estas tendências, regular as ações e comportamentos clericais como a luxúria, avareza e todas as representações humanas do desejo nato e inconsciente, condenando ainda a prática de casamento e concubinato por parte dos clérigos e regulando a prática sexual leiga intramatrimonial e proibições de relações entre parentes até sete graus.
  • Regulamentações acima citadas visão impedir distúrbios entre o material e o espiritual sendo que deste ponto de vista os clérigos estarão sempre um passo a frente dos leigos que, por sua vez estarão em posição de subordinados, pois, apenas o clero conta com o sagrado ou seja sua manutenção e mistérios mesmo que indiretamente.  
312
  • Dependência dos leigos para a salvação transformadora ministrada única e exclusivamente pelos clérigos.
  • Divisão entre mistério e sacramento (séculos XII e XIII).
  • Bipartição gregoriana “marginalizante” – o autor relata que é justo neste período que surgem os segmentos excluídos do sistema eclesial como os judeus, leprosos etc.
  • Exposição do papa como a igreja per se e a igreja como insubordinada pois, não precisava se reportar a ninguém e o “vigário de Pedro”, assim proclamado entre os séculos XII e XIII ,era inalcançável em seu posto primaz na hierarquia da sociedade então constituída representando o poder máximo.
313
  • Retrata as definições entre o direito canônico e as referências da escritura a partir do Século XII; mais especificamente entre as normas mutáveis (humanas) e imutáveis (divinas) – diferenciação do direito causal acordando com a proximidade com o divino.
  • O papa é subordinado as leis divinas mas, superior as leis humanas.
  • Centralização da administração e hierarquia eclesial.
  • A função das três ordens traspassa a simples hierarquização funcional, mas, sobretudo, valoriza-a e reconhece todas as atividades – tendo tal inovação apoiado no monasticismo que condenava o ócio – fazendo o trabalho se tornar um valor e não tão somente uma função.
  • O progresso da Europa ocidental supõe mobilidade moral e espiritual.
  • A ordem dos guerreiros como a única que apresenta um movimento gradual de enclausuramento quase estamental em si.
  • Esta mobilidade (moral) serve de marco delineador das funções e ordens estabelecidas e suas principais características. Ex: Nobres X servos.
  • A diversidade da terceira ordem (resto). Ponto de surgimento frutífero de grupos e subgrupos diversos. ( Confrarias, guildas, corporações etc.) que desnorteiam as originais ordens vislumbradas pelo clericato.
314
  • Apresenta as indagações de Jonas de Orleans acerca da diferença e suas implicações cristãs.
  • “A realidade das condições sociais e o ideal de comunhão na graça.” Problema escatológico gera a necessidade de uma analise mais profunda dos problemas sociais de fato vigentes tais quais conversão e redistribuição.
  • A liberdade é exposta pelo autor como objeto pouco percebido pelos historiadores e seus efeitos, tais quais, “o destino dos escravos e servos no direito divino”.
  • Conversão: acompanhar as tendências funcionais de oração de uma família, e obter o acesso à ordem tornando-se assim, parte do Deus uno e sem separações, estando a possível mobilidade social como uma realização dentro e fora do mundo espiritual.
315
  • O autor aponta para as premissas da liberdade da ordem da oração e os efeitos sociológicos desta liberdade, que são pouco conhecidos pelos historiadores coetânios deste fenômeno. Tais fenômenos contam com a possibilidade da mobilidade social escrava ou servil através da manumissão do escravo fadado a eterna imobilidade social (em tese). Pois tais categorias da sociedade – escravo e servo – precisavam ser libertos primeiro para depois desempenhar a função religiosa.
  • O sustentáculo desta visão supramencionada é pautado na idéia fixa da equidade no mundo metafísico que gera a ordem – uma das principais características da reforma gregoriana.
  • Máxima dependência – todas as comunidades clericais sob orientação do papa. 
  • Relevância da cumplicidade entre fiel e Deus para a saída do “mundo” e recebimento da “herança”.
  • A importância das estruturas de parentesco que culmina com uma solidariedade e fraternidade baseada numa força sobrenatural (Além) que remete todos os integrantes da ordem a um sentimento comum de pertencimento e de igualdade.
  • A morte como precursora da mobilidade de pessoas e bens no âmago da sociedade medieval.
316
  • Compra da eternidade.
  • Comutações: Desobrigação de reiterar algum equívoco (pecado) cometido.
  • Surgimento de um grupo de especialistas: Padres, Monges-padres que regem as missas privadas e especiais.
  • Penitências e sufrágios aos mortos – fontes de redistribuição – os fieis em busca da salvação (livro da vida) deixam seus bens serem administrados pelos clérigos, que por sua vez, vão favorecer os pobres através do processo de redistribuição (caridade).
  • A oblação de servos e escravos ao clero; livre acesso à liberdade.
  • Programa gregoriano renova e originaliza a inclusão: Várias são as ordens em aparição no tocante a contemplação do mundo, contudo, destacam-se três ordens: Monasticismo tradicional, eremitismo e as ordens de pregadores.
317
  • Os membros do monasticismo são seres tidos como perfeitos e puros, responsáveis por suportar os homens do mundo.
  • Os eremíticos renunciam a existência do mundo, porém, por vezes são requisitados em cargos dentro do clero e são escolhidos de acordo com o seu grau de pureza.
  • As Ordens Mendicantes são as ordens “ambulantes” estão dentro do mundo em plena atividade nele para converter as turbulências urbanas em ordem através das conversões de seus membros (primeira e segunda ordem e leigos – ordem terceira).
  • O ser alheio ao mundo e o mundo per se, como uma bifurcação esperada e natural sendo que gradualmente “o valor supremo” (a moral e a ética) do divino pressupõe uma dominação do ser mundano aético levando-o consequentemente a sua própria divinização.
318
  • Aqui o autor propõe três formas fenomênicas da inclusão do ser nos mistérios da fé:
  • 1 – Modelo teórico-prático: Teórico por causa das três ordens funcionais elaboradas; e prático porque foi através do acumulo de experiências ao longo dos séculos que o modelo pretendido conseguiu se estabilizar e demonstrar eficácia. Constante aprimoramento do uso do conhecimento pragmático tais como a confissão privada (divino sobre o mundano).
  • 2 – Modelo da Mobilidade social feudal em virtude da hipótese escatológica que visa apenas converter (pessoas), comutar e redistribuir (bens e posses materiais). O acesso à ordem incute a possibilidade de ascensão social e divinização simbólica do papa que torna deus mais próximo do mundo.
  • 3 – Modelo da Ordem turbulenta, mas socialmente fecunda: Sair da vida mundana é antecipar a salvação, desenvolver o parentesco espiritual. Através da mais refinada estratificação social perpetrada pela igreja e sua ordenação (Monges, padres, bispos, nobres, plebeus etc.) torna-se notório o estilo de vida social que leva a uma mentalidade mais inovadora e passível de transformar-se mais dinamicamente.

Modelo de Fichamento de História da África

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA - UFRB

CENTRO DE ARTES, HUMANIDADES E LETRAS – CAHL


Discente:Wilson Oliveira Badaró.

Fichamento (Modelo proposto pelo professor e, a posteriori, hibridizado)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

SILVA, Alberto da Costa. A enxada e a lança. A África antes dos portugueses. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2006, pp. 57-96
FICHA – Texto 5; Nok.
Data: 02/11/2010


CONTEXTUALIZAÇÃO: Sobre o autor, um pequeno resumo.

 

            Formado pelo Instituto Rio Branco em 1957, Alberto da Costa e Silva serviu como diplomata em Lisboa, Caracas, Washington, Madrid e Roma, antes de ser embaixador na Nigéria e no Benim, em Portugal, na Colômbia e no Paraguai.

 

            Foi eleito para a cadeira 9 da Academia Brasileira de Letras, em 27 de julho de 2000. Foi presidente de entidade nos anos de 2002 e 2003.

 

            Em 2004 foi escolhido pela União Brasileira de Escritores (UBE) como o "Intelectual do Ano".

 

            Alberto da Costa e Silva é, também, acadêmico correspondente da Academia das Ciências de Lisboa.

Como historiador especialista em África.

 

            A enxada e a lança: a África antes dos Portugueses, 1992-1996

            As relações entre o Brasil e a África Negra, de 1822 a 1° Guerra Mundial, 1996

            A manilha e o Libambo: A África e a Escravidao, de 1500 a 1700, 2002.

            Um Rio Chamado Atlântico, 2003

            Francisco Félix de Souza, Mercador de Escravos, 2004


CONTEXTUALIZAÇÃO: B) O Momento no qual o livro foi concebido.

           

            O livro foi de fato concebido durante o período de guerra civil em angola – “Discutíamos a guerra civil em Angola” (SILVA, 1996, pp. 6) – Silva se refere ao memorável encontro com Carlos Lacerda que lhe motiva a socialização de seu saber, que para nossa sorte, que por fim, se traduziu em livro: “(...) que eu escondia saber aquelas coisas; que tinha a obrigação de não guardá-las para mim, de pô-las no papel, de contribuir para dissolver a ignorância que no Brasil se tinha da África (...)” (SILVA, 1996, pp. 6)


TEMA (GERAL): A evolução socioeconômica, política, científica e cultural de Nok e suas implicações para os estudos do presente, e ênfase histórica no conjunto de “Áfricas”.


ASSUNTO (ESPECÍFICO): Nok como uma próspera sociedade e berço de desenvolvimento político-cultural para a “Antiga África”.


OBJETIVOS DO AUTOR: Apresentar como, quando e por que Nok surge como uma sociedade tão rica em vários aspectos deixando, por conseqüência, um legado tão instigante e interessante que merece destaque e uma investigação mais pormenorizada. Como o exemplo: Em que o autor propõe o modo hierarquizado – politicamente falando – que Nok pôde haver alcançado em seu tempo (terracotas), e sua habilidade com ferro que causa um real impacto em sua cultura e das sociedades circunvizinhas e com isto abrir o campo para pesquisa.  


CONCLUSÃO DO AUTOR: O autor conclui que são muitos séculos do fim de Nok para o início de Ifé, e que durante este período, Nok influi drasticamente na arte para maior parte dos povos mais próximos (hipoteticamente), sobretudo, os de Ifé, considerando que não existiu um real repasse cultural, mas, se este aconteceu, ocorreu com uma indiscutível e real desfragmentação do nexo de Ifé com a herança Nok. No entanto, o autor percebe que o espraiar da cultura Nok no decorrer de dez séculos se fez perceber na África ocidental e adjacências, pois, as similitudes das terracotas, artesanatos em geral, servem de descobertas inegáveis e motivadoras para amplos sentidos de pesquisa “histórico-genealógica”, como as portuguesas e iorubanas (Lato senso comparativo). Menciona ainda, os Gueledê como analogia nítida à Nok, mesmo que tal simbologia folclórica não seja necessariamente ativa, contudo, meramente tradicionalista e comemorativa.   




Fichamento do texto.



Pagina
Fichamento
167
ü  Comentários explanativos acerca da do surgimento do Sael e as razões que o levaram ao ressecamento e consequentemente à evasão populacional.
168
ü  Quais as conseqüências alimentícias geradas pela evasão? Receptividade tecnológica e miscigenação.
ü  Fixação territorial propiciada pela organização política e divisão do trabalho.
ü  Expansão demográfica e comunal propiciada pelos excedentes. “(...) campos arborizados, que não opunham obstáculos à ocupação humana e favoreciam a fragmentação das comunidades (...)”
ü  Disputas rivalizadas auxiliavam tal processo fragmentador.
ü  Evolução cultural e científica. (...) os homens que viviam nas savanas ao sul do Saara foram acrescentando a bagagem trazida das culturas aquática e pastoril. Aperfeiçoaram o cultivo da terra e  domesticaram novos vegetais.”
ü  Melhoria nos instrumentos laborais, construções residenciais, evolução da cerâmica ao barro cozido e inserção do ferro como matéria utilizada.

169
ü  Utilização ampla de vestígios arqueológicos.
ü  Detalhes intrínsecos da configuração das estátuas de cerâmica.
ü  Características anatômicas destas estátuas.
ü  Revelação ampla do domínio de uma técnica “terracotista” de difícil descrição, porém, de impressionante presença ( tamanho dureza etc.)
170
ü  39 mil anos antes de cristo?
ü  Possibilidade da escultura em a serem o auge de uma tradição de esculturas em madeira.
ü  Domínio dos Nok sobre o barro.
ü  Corpos esporadicamente grosseiros. Dedicação à cabeça, que por sua vez, expressava com nitidez “naturalismo e abstração|” buscando ao máximo a pormenorização que leva á individualização..
171
ü  O realismo da arte ceramista Nok.
ü  Conservação das matrizes primordiais, contrapondo o avanço notório da técnica ceramista.
ü  As perceptíveis variações regionais casuais.
172
ü  Focalização da arte convencional de Nok em Kain Kura.
ü  O penteado. Detalhe estético aos olhos – eurocêntricos – da evolução.
ü  Distinção da evolução de Nok em relação à várias outras regiões coetânias em relação à arte.
ü  O conhecimento da metalurgia (o ferro) com antecipação, e comprovado pelo radiocarbono (séc. VII ou VIII a.C.)
173-174
ü  Produção de flechas, armas e todo tipo de utensílio partindo do ferro para maior longevidade das atividades em geral e da própria vida dos Nok.
ü  Coexiste também objetos em pedra. Possível transição, “como arcaísmos”.
ü  Incógnita sobre as técnicas da fundição do ferro.
ü  Três possíveis fontes da técnica de fundição do ferro em Nok.
ü  Rotas dos desenhos rupestres relevantes.
ü  Relatar da probabilidade das retratações meramente ideológicas na arte rupestre, uma vês que, nem sempre as pinturas retratam a realidade latente.
175
ü  Confirmação de Heródoto: “gente daquela região ensinou aos gregos como atrelar quatro animais numa carroça de quatro rodas.”
ü  A questão do abastecimento aurífero e suas três teses. (Fernão Lopes) Cartago, África Ocidental, Saara Ocidental.
ü  Carroças e suas curtas viagens.
176-177
ü  Introdução do camelo e a freqüência da travessia do Saara (Nômades).
ü  Com o dromedário se completa o ciclo de controle dos Oásis, poços etc.
ü  Os Garamantes e seu domínio metódico sobre seus “vizinhos” através da facilitação dos oásis seqüenciais que os leva à tributação de seus “próximos”.
ü  Berberes dominam os Garamantes.
ü  “Berberes ou mestiçados dominam os Garamantes.” (tido por imbatíveis por Tácito)
ü  Eram bons comerciantes que recebiam muito provavelmente sua mercadoria através do repassar de “mão em mão, de grupo em grupo, pelas populações do oásis e pelas “tribos” nômades que percorriam as áreas menos ressequidas do Saara.”
177
ü  A arqueologia de Crova e Lambert no século XX evidenciam o uso do cobre, datados do século V a.C.
ü  Discussão acerca do quão antigo é o uso do cobre, sua fundição e emprego cotidiano entre os povos de Nok.
ü  Conclui-se que apenas “por volta do século IX a.C, são mais claras as evidências do trabalho do cobre na região de Azelik (...)”
ü  Na Mauritânia não apenas o cobre, mas, também o ferro era minerado.
ü  Em Assabat el Maddahia e no Air o ferro era possivelmente trabalhado em 500 a.C; No Do Dimmi essa data aumenta para o século VII a.C.    
178
ü  Expõe o quão vaga é a pesquisa histórica acerca do uso do ferro em área subsaariana, propiciando aí um campo vasto para pesquisa.
ü  A validade e valoração das poucas hipóteses levantadas acerca do ferro e suas implicações para a história.
ü  A Autonomia tecnológica da África – “(...) muito embora tenha recebido do mediterrâneo ou da Ásia o conhecimento do ferro, a África subsaariana tenha criado e desenvolvido uma tecnologia autônoma, distinta da eurasiana”.
ü  A influência do ferro e sua aplicações práticas na vida ativa dos africanos geram uma facilitação no cumprimento das tarefas gerais.
ü  A proposição de Ekpo Eyo traz uma visão do ferro como elemento unificador – política, religiosa e quiçá culturalmente falando – e também “hierarquizador” de uma sociedade que enaltecia suas imagens em terracota induzindo assim à reflexão de sua organização política.
ü  Apesar da distância dos vilarejos de Nok o autor não descarta a idéia da habilidade deste povo em gerir o comércio entre a floresta e a savana.   
179
ü  Retratação de como a cultura Nok se espalha e influencia toda a circunvizinhança e a provável hipótese da expansão do uso do ferro partindo de Nok para uma grande parte da África.
ü  Exposição de hipóteses contrárias.
ü  Exposição das similitudes entre Nok e Ifé.