quinta-feira, 6 de junho de 2013

Toward a More Public Social Science

Em direção à uma ciência(s) social(is) mais pública

Craig Calhoun
Traduzido por: Wilson Oliveira Badaró

Palavra do Presidente
            Quando ações judiciais desafiaram políticas de ação afirmativa na Universidade de Michigan, os cientistas sociais contribuíram para vários depoimentos de tipo amicus curiae[1]e um debate público ativo. Os cientistas sociais também têm posição de destaque nos debates americanos sobre o casamento (incluindo tanto formas para apoiá–lo como algumas formas de banir o mesmo); sobre o crescimento da produtividade, as implicações da terceirização e outras questões econômicas, e sobre como reformar um caro e injusto sistema de saúde. Internacionalmente, os cientistas sociais têm contribuído para debates sobre o meio ambiente; globalização; combinar crescimento e equidade no desenvolvimento econômico, e quão livre de comercialização e controle do governo a Internet pode ser.
            Cada um deles é um exemplo importante de ciências sociais "pública". E, de fato, uma variedade de esforços estão em andamento, tanto para chamar mais atenção para o valor público das ciências sociais e para certificar–se de que as ciências sociais está publicizada de forma a atingir públicos mais amplos. A reunião anual da Associação Sociológica Americana em agosto deste ano, focada em "sociologia pública". Uma seção de "antropologia pública" acabou de se formar na Associação Americana de Antropologia. Preocupações relacionadas faziam parte da agenda "perestroika" para a reforma da Associação Americana de Ciência Política. Várias associações têm ou fundada ou estão considerando novas revistas para levar bolsas de estudos para um público mais amplo. Estes esforços são todos importantes.
            No entanto, quero sugerir quatro ingredientes cruciais de uma ciência social mais pública que não são sempre ressaltadas em tais discussões.
1. Engajamento com as circunscrições públicas devem ir além de um modelo de divulgação. Não é suficiente dizer que os primeiros cientistas vão fazer tudo o que a pesquisa "pura" os leva a fazer e depois, eventualmente, haverá um processo de disseminação, aplicação e implementação. Escrever de forma mais clara é bom, mas não é toda a resposta. Por um lado, devemos ser cautelosos sobre assumir que os cientistas sociais devem sempre escrever diretamente para grandes públicos, o que pode ser mais a tarefa de uns do que outros, e elevar os padrões de como os jornalistas se inspiram a ciência social pode ser igualmente importante. Como as crises de bibliotecas e editoras universitárias nos lembra, nós também não conseguimos fazer perguntas suficientes sobre o quais publicações merecem subsídios públicos e quais devem prosseguir com bases no mercado. No processo, tornamos difícil para nós mesmos e, especialmente, para os nossos leitores não–especializados para identificar o que é realmente valioso. Nós também precisamos trazer eleitores não–científicos para o conhecimento científico na conversa anterior. Aqueles que potencialmente utilizam os resultados da ciência social na ação prática, e aqueles que mediam cientistas e públicos mais amplos, devem ser contratados ao passo que agendas de ciências sociais são desenvolvidas. Nem a mais ampla divulgação, nem a melhor "tradução" da ciência social será adequada sem uma gama de relações com outros grupos que desenvolvem um interesse e vontade de usar os produtos oriundos das pesquisas.
            2. A Ciências sociais Pública não se iguala à ciências sociais aplicadas. Pesquisas mais "aplicadas" podem ser úteis, mas a oposição de aplicada a pura é por si só uma parte do problema. Ela desvia a atenção das questões fundamentais de qualidade e originalidade e desvia a forma como ambos utilidade e avanços científicas são alcançados. Às vezes, o trabalho realizado principalmente por curiosidade intelectual ou para resolver um problema teórico pode ser praticamente útil. Pelo menos tão frequentemente, a pesquisa levando–se um problema prático ou emissão pública testa a adequação do conhecimento científico, desafia generalizações comuns, e força a criação de novos conhecimentos fundamentais. Além disso, o trabalho envolvendo importantes questões públicas – a democracia e os meios de comunicação, AIDS e outras doenças infecciosas, a imigração e etnia – não é necessariamente de curto prazo ou limitado a informar as decisões políticas imediatas. Ao mesmo tempo colocando as ciências sociais para trabalhar na prática "real time" (tempo real) é vital, é também crucial reconhecer que nenhum desses assuntos se esgote com tanta brevidade. Nós não vamos aprender a lidar melhor com eles nas próximas décadas, se não nos comprometermos agora tanto na busca a longo prazo de um conhecimento mais profundo como também os esforços sistemáticos para avaliar e aprender com as intervenções práticas realizadas durante este período.
            3. O problema é que a escolha fundamental. Em que os cientistas trabalham e como formulam os moldes de suas perguntas a probabilidade de que eles vão fazer significativos contribuições públicas – ou científicas. Claro que há e devem haver  projetos de pesquisa conduzidos por curiosidade intelectual e por tentativas de resolver problemas teóricos – e estes podem produzir conhecimento útil, até necessário para uma série de projetos públicos. Mas também é verdade que muitos projetos acadêmicos são movidos por nenhuma profunda curiosidade intelectual nem pressionado por agendas públicas, mas simplesmente pelos argumentos internos dos subcampos acadêmicos ou por tentativas, teoricamente falando, sem rumo algum, para um conhecimento acumulado que mais acumulam linhas em currículos. Justificar estes por uma ideologia da ciência pura é falso. Deixar estes desloquem a atenção de pesquisadores das grandes questões públicas é agir com desprezo para o público que paga as contas. Fazendo o tipo de ciência social que já produzem mais acessível, não é suficiente, temos que produzir ciência social melhor. Isso significa mais trabalho abordando questões públicas – e está sendo testado e empurrado para a frente pela maneira como lidamos com eles – e altos padrões para a originalidade e a importância dos projetos não ligados diretamente a questões públicas.
            4. A ciência social mais pública precisa fazer perguntas sérias sobre a ideia de "público" em si. O que é "o público?" Como são as suas necessidades, desejos ou interesses conhecidos? Como eles são formados, e podem os processos pelos quais eles são formados serem melhorados, mais democráticos, mais racionais ou mais criativos? Há, de fato, uma multidão de públicos? Como eles se relacionam uns com os outros e o que esta pluralidade significa em termos de ideias do bem público? Como tomada de decisão pública é salvo da "tirania da maioria?" Quando os mercados são a melhor maneira de alcançar um amplo acesso público, e quando são alternativas governamentais ou filantrópicas mais úteis? Podem as ideias do público serem recuperadas a partir da banalização daqueles que vêem todas as questões sociais em termos de agregação de interesses privados? Quais são as condições sociais de uma esfera pública vital, eficaz e, portanto, um papel importante para a ciência social, informando cultura pública, debate e tomada de decisões? Na verdade, a própria ciência deve ser pública – resultados publicados e debatidos, as teorias críticas. Esta é a forma como ela corrige e melhora a si mesma. E ciências sociais informam o debate público, não apenas a elaboração de políticas por trás de portas fechadas. A boa ciência aumenta a qualidade do debate, esclarecendo suas bases factuais e termos teóricos, não só apoiar um lado ou outro.

Muitas vezes, agimos como se tivéssemos certeza de que o conhecimento que é compartilhado e até mesmo usado pode ser deixado para reflexões posteriores...
            Considere os recentes debates sobre a ação afirmativa, incluindo o processo judicial da Universidade de Michigan. A ideia de que a diversidade de participação no ensino superior pode ser entendida como um bem público estava em forte tensão com perguntas sobre a alocação de acesso como um bem privado. Para muitos, toda a discussão foi sobre os critérios adequados para a distribuição justa de admissão entendida como uma empresa privada, benefício apropriado individualmente. Mas outros consideraram que para o bem público do estado ou do país foi importante para tornar o ensino superior acessível em diferentes bases privadas. O que significa "público" de tal discussão, porque é importante, e como os benefícios públicos podem ser demonstrados são questões importantes das ciências sociais. Se tiver problemas para respondê–las, isso tem implicações não só para as políticas de ação afirmativa, mas a justificativa para próprias universidades públicas (e, de fato, para o tratamento de universidades "privadas" como provedores de um bem público digno de isenções fiscais). Porque é que a educação de qualidade é um bem público, porque é bom para o público, e por causa disso é crucial para a democracia?
            Esta não é simplesmente uma questão teórica abstrata. As universidades públicas estão sofrendo pressões fiscais sérias, e às vezes responder de maneira que, fundamentalmente, transforme seus papéis sociais. Desde que atraiam vários graus nos orçamentos do Estado, é importante perguntar o quais os interesses públicos que servem. São elas apenas os mecanismos de distribuição (mais ou menos justo) de subsídios estatais para "merecer" estudantes (que acabam por ser de classe média, principalmente)? Ou são os subsídios também destinados a apoiar a indústria, em virtude de investigação e formação? Ou será que eles têm uma missão pública mais identificável?
            A resposta é fundamental para saber se as instituições sociais fundamentais que sustentam a produção do conhecimento científico. Conhecimento – e a educação dos cidadãos para compreendê-lo – vai permanecer vibrante. Se aqueles que tomam decisões sobre os gastos públicos vão pensar universidades públicas de pesquisa que vale a pena o custo depende em parte de quão bem nós cientistas construímos pontes para outros grupos e certifique-se de que a ciência envolve problemas de pressionar importância pública. A ciência social mais pública depende não só das instituições em que o conhecimento é produzido, mas daquelas em que, potencialmente, informa a opinião pública, debate e faz a tomada de decisões. A democracia também depende de uma esfera vital pública, ainda atuais de transformações nos meios de comunicação – não apenas a tecnologia, mas a propriedade e estrutura econômica, conteúdo e orientação, estrutura de carreira e prática profissional – que levantem questões importantes. Os advogados e ativistas lidam com essas questões, mas com muito pouca pesquisa séria informando seu trabalho e provendo a aprendizagem a partir de compromissos em tempo real.
            Um novo projeto SSRC[2] assume este desafio. Apoiado pela Fundação Ford, estamos olhando para as formas em que os meios de comunicação pública sustentam a vida pública democrática. A parte central da nossa agenda é fornecer uma base mais rica em teoria e evidência para debates sobre o papel da regulação do governo e facilitação de diferentes meios de transmissão para a Internet, sobre as implicações da propriedade privada e do financiamento público, e sobre a forma de garantir tanto amplo acesso público, diversidade e qualidade de conteúdo. Estas questões são intensamente contestadas pelos defensores legais, ativistas de base, e representantes de diferentes grupos de interesse. Mas, a atenção acadêmica é fina, e dispersa por uma gama de diferentes áreas, tanto nas disciplinas das ciências sociais e em escolas profissionais de comunicação, direito, negócios e assuntos públicos. Diferentes tipos de conhecimento empírico e perspectivas intelectuais são necessários para desenvolver uma explicação adequada do que é publicamente importante sobre os meios de comunicação. E é ao mesmo tempo uma questão intelectual e prática o que isso significa para os cidadãos reivindicarem direitos no que diz respeito aos meios de comunicação que não são apenas os direitos de propriedade privada.
            À medida que desenvolvemos este projeto, não só reuniremos acadêmicos de diversas áreas, mas também construiremos pontes entre os defensores, ativistas, profissionais e acadêmicos e entre tudo isso e àqueles que fazem as decisões das agências reguladoras, legislaturas, e corporações. Ou seja, vamos buscar maneiras de ter o pensamento daqueles a desenvolver agendas teóricas e pesquisa diretamente informadas pelos tipos de preocupações de condução ação prática e argumentos perante os tribunais e órgãos reguladores. A questão não é determinar os resultados antes do trabalho científico, mas para se certificar de que há um público para os resultados do trabalho científico.
            Um papel público importante da ciência é gerar teoria e evidências de que possam comandar a séria atenção de quem se aproxima de questões práticas com os valores ou agendas diferentes. A "pesquisa" que informa muitos debates públicos é feita sob medida para se adaptar às necessidades de uma ou outra linha de argumentação prática. Este problema é agravado pelo grau em que tal pesquisa é produzida com base num contrato por parte das empresas – como os chamados "bandidos de Beltway"[3] nos arredores de Washington, DC – que não tem um compromisso com o avanço do conhecimento científico e para a necessidade de abrir debate sobre as conclusões e argumentos isso acarreta. Essas empresas – sejam organizadas com fins lucrativos ou base não lucrativa – tem crescido em grande parte porque havia uma demanda para elas, por parte dos formuladores de políticas e defensores. Essa demanda foi informada, em parte por um desejo de escapar das incertezas de que uma verdadeira busca pelo conhecimento implica – incluindo a possibilidade de que os resultados não vão apoiar a posição que alguém possa haver tomado antecipadamente. Mas também foi moldada pelos cientistas sociais acadêmicos distanciando-se dos debates públicos e as questões práticas em nome da ciência pura, orientando suas comunicações quase inteiramente um ao outro, e não para trabalhar pelo menos em parte, em horários que trouxessem os resultados de seu trabalho em tempo de tratar de questões ativas.
            Muitas vezes, agimos como se tivéssemos certeza de que o conhecimento que é compartilhado e até mesmo usado pode ser deixado para reflexões posteriores – separados após a investigação de que a publicação é o mais importante. E publicação, que implica, é simplesmente uma questão de o registro eterno, o acúmulo de verdades em que os formuladores de políticas podem, eventualmente, desenhar. Mas a publicação também é uma conversa, central para a ciência não apenas como registro, mas como parte do processo pelo qual o conhecimento é refinado, os erros corrigidos, e possíveis aplicações discernidas. E a conversa precisa começar antes da publicação – e muitas vezes quando a pesquisa ainda está em fase de planejamento. Ela precisa incluir não só outros cientistas – como as comissões interdisciplinares para as quais o SSRC é famosa – mas, círculos eleitorais mais amplos. Dependendo da natureza do projeto, estes podem incluir políticos, jornalistas, advogados, ativistas, ou outros. Conseguir um eleitorado mais amplo envolvido em pensar em agendas de investigação científica como eles são desenvolvidos é uma forma importante para garantir que os resultados da investigação científica chegar às mãos de quem precisa deles. E para cada projeto SSRC, estamos tentando aproximar o início para identificar o conjunto de constituintes fundamentais que queremos ver informados pelos debates e conclusões, e tentando mapear uma estratégia para alcançá–los.
            Nada disso significa que o processo de investigação científica deve sofrer um curto-circuito, que considerações políticas ou política deve distorcer resultados. Também não quer dizer que a ciência social não é avançada por vários tipos de trabalho – como grande parte da história e da teoria perto do meu próprio coração – que não tem usos práticos imediatos. Isso significa que um melhor relacionamento entre cientistas e grupos mais amplos são vitais para tornar a ciência mais útil, e de fato, em muitos casos, intelectualmente melhor. Na verdade, pode até ser o caso de que a discussão melhor compartilhada das agendas de investigação, às vezes, construir a base para uma maior aceitação dos resultados impopulares.
            O SSRC não pode trabalhar em todas as questões públicas para que a ciência social tenha contribuições potencialmente importantes para fazer. Nós nos concentramos em alguns escolhidos em parte porque eles são especialmente importantes, mas também porque eles têm potencial estratégico para mudar a maneira com que a pesquisa da ciência social é organizada e informa assuntos públicos. Como é que a migração internacional organizada, e como ela está mudando a vida social, as solidariedades sociais, cultura e política? Como é possível que o crescimento e a equidade sejam efetivamente combinados no desenvolvimento econômico, e como pode a atenção para os concomitantes políticos, sociais e culturais da mudança econômica serem integrados em agendas de desenvolvimento? Como é que a globalização tanto transforma e trabalha através de regiões e nações, como são estas reconfigurados, e quando eles resistem? Como pode a saúde pública ser avançada, especialmente quando capacidades socialmente organizadas para entregar a prevenção, cuidados e tratamento se retardam muito atrás de novos desenvolvimentos da ciência biomédica e em casos como ajudas onde as epidemias podem trazer transformações sociais?
            É claro que os cientistas sociais têm muito tempo acreditava que o público deveria prestar mais atenção ao seu trabalho. A questão agora não é simplesmente para promover a nós mesmos melhor, mas para pedir melhores perguntas das ciências sociais sobre o que incentiva a inovação científica, o que torna o conhecimento útil, e como buscar essas duas agendas, com atenção a ambas as necessidades imediatas e as capacidades de longo prazo.
Craig Calhoun
Presidente

SSRC





[1] Descrição do Verbete: "Amigo da Corte". Intervenção assistencial em processos de controle de constitucionalidade por parte de entidades que tenham representatividade adequada para se manifestar nos autos sobre questão de direito pertinente à controvérsia constitucional. Não são partes dos processos; atuam apenas como interessados na causa. Plural: Amici curiae (amigos da Corte). (Nota do Tradutor)
[2] Social Science Research Council: Conselho de Pesquisa em Ciências Sociais. (Nota do Tradutor)
[3] Bandido Beltway é um termo para as empresas privadas localizadas em ou perto de Washington, DC , cuja actividade principal é a prestação de serviços de consultoria para o governo dos EUA. A frase foi originalmente um insulto leve, o que implica que as empresas agiam predatoriamente como bandidos sobre a generosidade do governo federal, mas perdeu muito de seu caráter pejorativo e agora é muitas vezes usado como um termo neutro, descritivo. O nome vem da Capital Beltway , o anel viário que circunda Washington.

_________________________________________________________________________________

TEXTO ORIGINAL

Toward a More Public Social Science
Craig Calhoun
Word from the President
When lawsuits challenged affirmative action policies at the University of Michigan, social scientists contributed  to several amicus curiae briefs and an active public debate. Social scientists have also figured prominently in American debates over marriage (including both how to support it and whether to ban some forms of it); over productivity growth, the implications of outsourcing, and other economic issues; and over how to reform a costly and inequitable health care system. Internationally, social scientists have contributed to debates over the environment; globalization; combining growth and equity in economic development; and how free from commercialization and government control the Internet can be.
Each of these is an important instance of “public” social science. And indeed a variety of efforts are underway both to call more attention to the public value of social science and to make sure social science is published  in ways that reach broader publics. The American Sociological Association annual meeting this August focused on “public sociology.” A “public anthropology” section has just formed in the American Anthropological Association. Related concerns were part of the “perestroika” agenda for reform of the American Political Science Association. Several associations have either founded  or are considering new journals to bring scholarship to a broader public. These efforts are all important.
However, I want to suggest four crucial ingredients of a more public social science that are not always stressed in such discussions.
1. Engagement with public constituencies must move beyond a dissemination model. It is not enough to  say that first scientists will do whatever “pure” research moves them and then, eventually, there will be a process of dissemination, application, and implementation. Writing more clearly is good, but not the whole answer. For one thing, we should be cautious about assuming  that social scientists should always write directly for broad publics; this may be more the task of some than others, and raising the standards for how journalists draw on social science may be equally important. As the crises of libraries and university presses reminds us, we have also failed to ask enough questions about what publications deserve public subsidies and which should proceed on market bases. In the process, we have made it hard for both ourselves and especially our non-specialist readers to identify what is really worthwhile. We also need to bring non-scientific constituencies for scientific knowledge into the conversation earlier. Those who potentially use the results of social science in practical action, and those who mediate between scientists and broader publics, should be engaged as social science agendas are developed. Neither broader dissemination nor better “translation” of social science will be adequate without a range of relationships to other constituencies that build an interest in and readiness to use the products of research.
2. Public social science does not equal applied social science. More “applied” research may be helpful, but the opposition of applied to pure is itself part of the problem. It distracts attention from the fundamental issues of quality and originality and misguides as to how both usefulness and scientific advances are achieved. Sometimes work undertaken mainly out of intellectual curiosity or to solve a theoretical problem may prove practically useful. At least as often, research taking up a practical problem or public issue tests the adequacy of scientific knowledge, challenges commonplace generalizations, and pushes forward the creation of new, fundamental knowledge. Moreover, work engaging important public issues – democracy and the media, aids  and other infectious diseases, immigration and ethnicity – is not necessarily short-term or limited to informing immediate policy decisions. While putting social science to work in “real time” practice is vital, it is also crucial to recognize that none of these issues will go away  soon. We won’t learn how to deal with them better in coming decades if we don’t commit ourselves now  to both long-term pursuit of deeper knowledge and also systematic efforts to assess and learn from the practical interventions made in the meantime.
3. Problem choice is fundamental. What scientists work on and how they formulate their questions shape the likelihood that they will make significant public – or scientific – contributions. Of course there are and  must be research projects driven by intellectual curiosity and by attempts to solve theoretical problems – and  these may produce useful, even necessary knowledge for  a range of public projects. But it is also true that many academic projects are driven by neither deep intellectual curiosity nor pressing public agendas, but simply by  the internal arguments of academic subfields or theoretically aimless attempts at cumulative knowledge that mostly accumulate lines on CVs. To justify these by an ideology of pure science is disingenuous. To let these displace the attention of researchers from major public issues is to act with contempt towards the public  that pays the bills. Making the sorts of social science we already produce more accessible is not sufficient; we have to produce better social science. This means more work addressing public issues – and being tested and pushed forward by how well we handle them – and high standards for the originality and importance of projects not tied directly to public issues.
4. A more public social science needs to ask serious questions about the idea of “public” itself. What is “the public?” How are its needs or wants or interests known? How are they formed, and can the processes by which they are formed be improved, made more democratic, more rational, or more creative? Are there in fact a multitude of publics? How do they relate to each other and what does this plurality mean for ideas of the public good? How is public decision-making saved from “tyranny of the majority?” When are markets the best way to achieve broad public access, and when are governmental or philanthropic alternatives most helpful? Can ideas of the public be reclaimed from trivialization by those who  see all social issues in terms of an aggregation of private interests? What are the social conditions of a vital,  effective public sphere and thus of an important role for social science in informing public culture, debate, and decision-making? Indeed, science itself must be public – findings published and debated, theories criticized. This is how it corrects and improves itself. And social science informs public debate, not only the making of policies behind closed doors. Good science raises the quality of debate, clarifying its factual bases and theoretical terms; it doesn’t just support one side or another.

Too often, we act as though making sure that knowledge is shared and even used can be left to afterthoughts…
Consider the recent debates over affirmative action, including the University of Michigan court case. The idea that diversity of participation in higher education could be understood as a public good was in sharp tension with questions about the allocation of access as a private good. For many, the entire argument was over appropriate criteria for fair distribution of admission understood as a private, individually appropriated benefit. But others held that for the public good of the state or the country  it was important to make higher education available on other than private bases. What “public” means in such a discussion, why it matters, and how public benefits might be demonstrated are all important social science questions. If we have trouble answering them, this has implications not only for affirmative action policies, but for the rationale for public universities themselves (and indeed, for treating “private” universities as providers of a public good worthy of tax exemptions). Why is high quality education a public good, why is it good for the public, and why because of this is it crucial to democracy?
This is not simply an abstract theoretical question. Public universities are suffering serious fiscal pressures, and sometimes responding in ways that fundamentally transform their social roles. Since they draw in varying degree on state budgets, it is important to ask what public interests they serve. Are they merely mechanisms for the (more or less fair) distribution of state subsidies to “deserving” students (who turn out to be mainly middle class)? Or are the subsidies also intended to support industry by virtue of research and training? Or do they have a more identifiably public mission?
The answer is fundamental to whether key social institutions that support the production of scientific. Knowledge – and the education of citizens to understand it – will remain vibrant. Whether those who make decisions about public expenditures will think public research universities worth the cost depends in part  on how well we scientists build bridges to other constituencies and make sure that science engages problems of pressing public importance. A more public social science depends not only on the institutions in which knowledge is produced, but those in which it potentially informs public opinion, debate, and decision-making. Democracy also depends on a vital public sphere, yet current transformations in the media – not just technology, but ownership and economic structure, content and orientation, career structure and professional practice – raise important questions. Advocates and activists tackle these questions, but with too little serious research informing their work and providing for learning from real-time engagements.
A new SSRC project takes up this challenge. Supported by the Ford Foundation, we are looking at the ways in which public communications media underpin democratic public life. A central part of our agenda is to provide a richer basis in theory and evidence for debates over the role of government regulation and facilitation of different media from broadcast to the Internet, over the implications of private ownership and public funding, and over how to ensure both wide public access and diversity and quality of contents. These issues are intensely  contested by legal advocates, grassroots activists, and representatives of different interest groups. But academic attention is thin, and dispersed over a range of different fields both in the social science disciplines and in professional schools of communications, law, business, and public affairs. Different kinds of empirical knowledge and intellectual perspectives are needed to develop an  adequate account of what is publicly important about the media. And it is at once an intellectual and a practical question what it means for citizens to claim rights in regard to the media that are not simply private property rights.
As we develop this project, we will not only bring together academics from a variety of fields, but also build bridges among advocates, activists, practitioners and academics and between all of these and those making decisions in regulatory agencies, legislatures, and corporations. That is, we will seek ways to have the thinking of those developing theoretical and research agendas directly informed by the kinds of concerns driving practical action and arguments before courts and regulatory bodies. The point is not to determine the results in advance of scientific work, but to make sure there is a constituency for the results of scientific work.
An important public role of science is to generate theory and evidence that can command the serious attention of those who approach practical questions with different values or agendas. The “research” that informs too many public debates is tailor-made to f it the needs  of one or another line of practical argument. This problem is exacerbated by the extent to which such research is produced on a contract basis by firms – like the so-called “Beltway Bandits” around Washington, d.c. – that do not have a commitment to advancing scientific knowledge and to the necessity of open debate over findings and arguments this entails. These firms – whether organized on a for-profit or not-for-profit basis – have grown largely because there was a demand for them from policy-makers and advocates. This demand was informed partly by a desire to escape the uncertainties that a true quest for knowledge entails—including the possibility that the results won’t support the position one has taken in advance. But it was also shaped by academic social scientists distancing themselves from public debates and practical issues in the name of pure science, orienting their communications almost entirely to each other, and failing to work at least partly on schedules that brought out the results of their work in time to address active issues.
Too often, we act as though making sure that knowledge is shared and even used can be left to afterthoughts –separate actions after the research of which publication  is the most important. And publication, we imply, is simply a matter of the eternal record, the accumulation  of truths on which policymakers may eventually draw. But publication is also a conversation, central to science not just as a record but as part of the process by which understanding is refined, errors corrected, and possible applications discerned. And the conversation needs to start before publication – and indeed often while research is still in the planning stage. It needs to include not only other scientists – like the interdisciplinary committees for which the SSRC is famous – but broader constituencies. Depending on the nature of the project, these might include policymakers, journalists, advocates, activists, or others. Getting a broader constituency involved in thinking about scientific research agendas as they are developed is an important way to make sure the results of scientific research get into the hands of those who need them. And for each SSRC project, we are trying near the outset to identify the set of core constituents whom we want to see informed by the debates and findings, and trying to map a strategy for reaching them.
None of this means that the scientific research process should be short-circuited, that political or policy considerations should distort findings. Nor does it mean that social science isn’t advanced by many kinds of work – such as much of the history and theory close to my own heart – that doesn’t have immediate practical uses. It does mean that better relationships between scientists and broader constituencies are vital to making science more useful, and indeed, in many cases intellectually better. Indeed, it may even be the case that better shared discussion of research agendas will sometimes build the basis for more acceptance of unpopular findings.
The SSRC can’t work on all the public issues towards which social science has potentially important contributions to make. We focus on a few—chosen partly because they are especially important, but also because they have strategic potential to change the way in which social science research is organized and informs public affairs. How is international migration organized, and how is it changing social life, social solidarities, culture and politics? How can growth and equity be effectively combined in economic development, and how can attention to the political, social, and cultural concomitants of economic change be integrated into development agendas? How does globalization both transform and work through regions and nations, how are these reconfigured, and when do they resist? How can public health be advanced, especially when socially organized capacities to deliver prevention, care, and treatment lag far behind new developments in biomedical science and in cases like aids where epidemics may bring social transformations?
Of course social scientists have long believed that the public ought to pay more attention to their work. The issue now is not simply to promote ourselves better, but to ask better social science questions about what encourages scientific innovation, what makes knowledge useful, and how to pursue both these agendas, with attention to both immediate needs and long term capacities.
Craig Calhoun
President
SSRC

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe o seu comentário contribuição, sugestão crítica e dúvidas. Agradecemos antecipadamente pela participação e auxílio na construção do saber que é de todos!